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Expressao Corporal




A expressão corporal é uma das formas de comunicação mais usada tanto pelos cães como pelos treinadores.
Nós, humanos, temos uma certa facilidade em interpretar certos movimentos da cauda e das orelhas, posição do dorso, expressão dos olhos e alguns trejeitos da boca.
A expressão corporal revela uma infinidade de coisas, sendo a principal o factor social.


Ficar empinado, com membros rígidos, movimento lento à frente e em curva, com as orelhas dobradas para trás - ritual de estudos dos contendores durante o desafio pela liderança. Normalmente ummovimenta-se em direcção à cauda do outro.

Ficar empinado, corpo levemente inclinado à frente e orelhas dobradas para trás - o desafio é iminente.

Ficar imóvel, olhar fixo num ponto (presa), com a frente levemente mais baixa e orelhas dobradas para trás - ritual de caça, está pronto para dar o bote e atacar.

Arrepiar os pêlos na cernelha (ombros) e garupa - o cão está com medo. A sua reacção vai depender directamente do nível de coragem para enfrentar esse medo. Ele poderá partir para o frente-a-frente, baixar a cabeça e render-se ou fugir.

Deitar-se sobre o dorso e dormir de barriga para cima (decúbito dorsal) - revela segurança, tranquilidade, paz e confiança nas pessoas e no ambiente em que se encontra.

Deitar-se enrolado sobre si mesmo como se estivesse tentando abraçar a cauda e as patas - o cão está com frio, procurando aquecer as extremidades.

Deitar-se de bruços com a barriga totalmente encostada no solo, todo esticado e com as patas para trás (decúbito ventral) - o cão está com calor, procurando refrescar a barriga.

Rodar em torno de si próprio e olhar para o solo - ritual atávico antes de defecar ou para se deitar. Na floresta o lobo precisava de rodar sobre si mesmo para amassar o mato antes de defecar, evitando assim que um galho o incomodasse no momento supremo. O cão está, instintivamente, a amassar o mato para afofa-lo (mesmo em piso de cimento) para se deitar ou para evitar os galhos.

Lamber - é o gesto canino comparável ao nosso beijo. Revela o nível do afecto que o cão lhe dedica, revela também o reconhecimento de alguma atitude sua. Agradecimento.

Tocar com o focinho - essa atitude revela uma tentativa de conseguir a sua atenção, um pedido de afago na cabeça ou uma boa coçadela nas costas ou no peito. O tocar com a pata tem quase a mesma conotação. É uma das formas de comunicação mais semelhantes ao nosso toque.

Pisar no pé - quando ao adestrar o cão em determinado momento ele pisa o seu pé e não tira ele está a aceitar a sua liderança.

Morder o calcanhar - é uma reacção típica do cão em atitude de brincadeira, querendo que não se vá embora. Se ele morde o calcanhar é porque está de costas para ele (em posição de retirada).

Puxar a trela com os dentes – pegar na trela pelos dentes e puxar, também tem uma conotação de brincadeira de cabo de guerra. Se puxar também para ter a trela denovo, no entendimento do cão, você acaba de aceitar a brincadeira.

Baixar a frente, com as patas anteriores estendidas, garupa para cima e a cabeça próxima ao solo - convite à brincadeira, com este gesto o cão parece dizer – não me apanhas. Qualquer movimento do outro cão ou pessoa ele sai disparado correndo a sua volta como se o desafiasse a apanhá-lo... o cão quer que corra atrás dele. Muitas vezes essa atitude é confundida com falta de respeito e muitos cães são castigados por querer brincar.

Lamber o focinho de outro cão - é um ritual de submissão. Quer dizer, mais ou menos: deixa disso amigo, vim em paz não quero desafios...

Cheirar os genitáis de outro cão - é um ritual de conhecimento, através do cheiro do sexo eles sabem se devem ou não prosseguir com a disputa da liderança ou, se o outro permitir, funciona como uma apresentação.

Virar a barriga para cima - ritual de submissão e liderança. Oferecer o ventre é o mesmo que se render. Aceita o outro como líder sem discutir.

Colocar a pata no pescoço do outro cão - é um gesto de liderança, desafio. Se o outro aceitar reconhece a sua superioridade. Se não aceitar haverá a disputa.

Colocar o queixo sobre o pescoço do outro cão - tem a mesma conotação de colocar a pata no pescoço.

Montar sobre outro cão do mesmo sexo - dentro dos rituais de submissão e apaziguamento é o mais importante e mais definitivo. Se o outro permitir é considerado submisso. Caso contrário haverá uma disputa da liderança.

Levantar a pata para urinar – toda a gente pensa que é sinal de masculinidade, de passagem para a puberdade. Na realidade, o macho só levanta a pata para urinar em razão da própria estrutura anatómica. Se não levantasse a pata o macho urinaria nas próprias patas anteriores, como o faz o bode, daí o seu cheiro. Os cães procuram uma árvore para servir de anteparo para que a urina escorra sem molhar as suas patas anteriores e, para conseguir urinar na árvore têm que levantar a pata. As fêmeas não precisam disso, pois baixam-se para urinar, quase encostando os pêlos da ponta da vagina no solo. Esses pêlos conduzem o líquido, impedindo que espirre.

Urinar sobre a urina do outro cão - é a forma que um cão tem de desafiar a supremacia do adversário.

Cheirar o chão - é o passatempo preferido dos cães. É pelo olfacto que reconhecem todas as coisas. Usam-no também para disfarçar fingindo que está ocupado, exactamente, como nós quando assobiamos. Esse gesto tem dois objectivos:
1. Sondar, procurar ou pesquisar o terreno em virtude de algum aroma que achou interessante.
2. Quando está com o dono, disfarçar, mostrando-se interessado em algo que não seja ele. Corresponde, mais ou menos, à nossa atitude de assobiar olhando para diversos pontos em cima.

Deitar-se de lado e abrir as pernas exibindo o ventre - submissão e apaziguamento. O cão está a tentar pacificar os ânimos revelando que não deseja desafios.

Baixar a cabeça e lamber de baixo para cima, insistentemente, o focinho do outro cão - ritual de submissão e apaziguamento. É um pedido de desculpas, de trégua, de arreigo.

Dár a pata - também, é uma maneira de solicitar paz e um gesto amistoso de apaziguamento.

Cheirar um determinado local e, em seguida, esfregar o focinho e a cabeça nele - comportamento atávico de defesa contra picadas de insectos. O cão está a tentar transferir o cheiro, normalmente mau, para si para sua protecção. É bom esclarecer que o cão não tem consciência da finalidade deste comportamento, mas sente uma necessidade incontrolável de fazê-lo.

Deitar-se na lama e chafurdar como se fosse um porco - comportamento atávico de protecção contra grandes felinos. Uma técnica usada pelos afghan-hounds para realizar o combate contra tigres e leões. Depois que seca, a lama mesclada aos pêlos transforma-se numa carcaça impenetrável pelas unhas das garras dos felinos. Outras raças herdaram esse comportamento.

Cavar buracos para se deitar dentro - o cão está com calor e cava para encontrar uma camada de terra mais fresca.

Cavar buracos para enterrar um osso - é um processo duplo:
1. esconder o osso dos outros para come-lo, tranquilamente, mais tarde.
2. promover a maturação da carne nele contida.

Cavar buracos para enterrar as fezes - este gesto atávico, ao contrário do que alguns autores sugerem, não é uma medida higiénica e sim, um processo ecológico. O equilíbrio da natureza exige que as fezes sejam enterradas para fertilizar o solo.

Mordiscar - é um acto afectivo, carinhoso. Os cães gostam de brincar com as nossas mãos. Eles têm um fascínio especial por elas. Os cães não têm mãos... Eles pegam e manejam as coisas com a boca, assim o acto de mordiscar sem magoar é um gesto de carinho.

Enfiar a cabeça sob a mão do dono - está a pedir carinho. Este gesto é muito comum e quase todos os donos de um cachorro já tiveram essa experiência.

Colocar a pata sobre a perna do dono - está a pedir atenção. Ele pode querer comunicar, pedir alguma outra coisa, ir a rua, beber água, comer, etc.

Sentar-se com uma das patas anteriores levemente levantada - esse gesto é típico de quem quer comunicar. Está a tentar dizer que quer que você pare com o que está a fazer porque está inseguro.

Urinar - gesto carregado de significados outros além daquele da simples necessidade fisiológica. Urinando, o cão pode estar a marcar o seu território, a desafiar um adversário, deixando rasto para as fêmeas ou a expressar o seu desprezo. Os machos urinam para demarcar limites, como nós fazemos quando riscamos uma linha no chão ou colocamos uma cerca, um muro. Urinam, também, sobre a urina de outros machos para desafiá-los e para sobrepor o seu odor ao deles. Urinam sobre a urina de fêmeas para convidá-las ao jogo. Às vezes urinam até sobre outro cão para mostrar superioridade hierárquica e desprezo. Já vimos cães urinarem sobre de seus próprios donos por prazer e por desafio.

Defecar - além das necessidades fisiológicas, as fezes têm uma conotação de desaforo, má criação (ética humana). Há cães que ficam tão aborrecidos por os seus donos terem saído sem os levar que defecam sobre a cama do dono.


Só falta falar...

Estas formas talvez rudimentares de linguagem removem o cão da sua tradicional classificação de animal irracional. Já não se pode dizer: “Ao meu cão só falta falar!”.
É claro que os cães jamais irão falar como um ser humano, mas já está óbvio que existe um conjunto enorme de elementos que nos fornecem a certeza de que os cães possuem uma forma de linguagem.
Somos nós que conseguimos ou não compreender o modo canino de se expressar, de se comunicar com o mundo, com os outros animais e connosco.